domingo, 11 de abril de 2010

O que é uma instituição social?

O que é uma Instituição Social?

A instituição é um padrão de controle, ou seja, uma programação de conduta individual imposta pela sociedade. No sentido usual, o termo designa uma organização que abranja pessoas: um hospital, uma prisão ou uma escola. Também é ligado às grandes entidades sociais que o povo enxerga quase como um ente metafísico a pairar sobre a vida do indivíduo, como o “Estado”, “a economia” ou “o sistema educacional”. Há esse estabelecimento de uma ligação por demais estreita entre o termo e as instituições sociais reconhecidas e reguladas por lei, porém, a própria linguagem é uma instituição.

A linguagem é uma instituição fundamental da sociedade, além de ser a primeira instituição inserida na biografia de um indivíduo. Qualquer outra instituição funda-se nos padrões de controle subjacentes da linguagem. Seja o Estado, seja a escola, dependem de um arcabouço lingüístico de classificações, conceitos e imperativos dirigidos à conduta individual.

A linguagem é a primeira instituição com que se defronta um indivíduo. A família certamente precede a linguagem, porém a criança não toma conhecimento desse fato. Só mais tarde a criança percebe essa realidade social designada como “família”. É por meio da linguagem que a criança começa a tomar conhecimento de um vasto mundo situado lá fora, um mundo que lhe é transmitido pelos adultos.


A linguagem: a objetivação da realidade

A linguagem realiza a objetivação da realidade – o fluxo incessante de experiências consolida-se, adquire estabilidade numa série de objetos distintos e identificáveis. Mas a organização não se restringe À atribuição de nomes; também abrange as relações significativas que se estabelecem entre os objetos.

É por meio da linguagem que os papéis desempenhados pelos diversos seres se estabilizam na experiência da criança. A criança aprende a reconhecer os papéis como padrões repetitivos na conduta de outras pessoas.


A linguagem: a interpretação e justificação da realidade

O microcosmo da criança é estruturado em termos de papéis. As palavras interpretam e justificam.


Características fundamentais de uma instituição: a exterioridade

As instituições são experimentadas como algo dotado de realidade exterior. Coisa situada fora do indivíduo. Difere da realidade formada pelos pensamentos, sentimentos e fantasias do indivíduo. Estão lá fora, quer o indivíduo queira, quer não. O indivíduo fala, está como que “pondo para fora” os pensamentos que a linguagem deve transmitir. Exteriorização que não resultam da idiossincrasia criadora de quem fala.


Características fundamentais de uma instituição: a objetividade

As instituições são experimentadas como possuidoras de objetividade. Alguma coisa é objetivamente real quando todos (ou quase todos) admitem que de fato a mesma existe.


Características fundamentais de uma instituição: a coercitividade

As instituições são dotadas de força coercitiva. Se acontecer que alguém não note o fato social, esqueça o mesmo – ou, o que é pior -, queira modificar o estado de coisas existente, é nessas oportunidades que muito provavelmente a força coercitiva de instituição se apresenta de forma bastante rude. Esta rudez pode ser manifesta desde uma persuasão suave até uma zombaria brutal e represálias físicas.

Reconhecer o poder das instituições não é o mesmo que afirmar que elas não podem mudar. Porém, se depender exclusivamente de seus esforços individuais, as possibilidades de êxito num empreendimento desse tipo serão mínimas.


Características fundamentais de uma instituição: a autoridade moral

As instituições têm uma autoridade moral. Não se mantém apenas através da coercitividade. Invocam um direito à legitimidade; em outras palavras, reservam-se o direito de não só ferirem o indivíduo que as viola, mas ainda o de repreendê-lo no terreno da moral. Imputa a quem viola uma sensação de vergonha e culpa.

Características fundamentais de uma instituição: a historicidade

As instituições sociais têm a qualidade da historicidade.

Referência bibliográfica:
MARTINS, J. de; FORACCHI, M. M. Sociologia e sociedade. Rio de Janeiro: LTC, 2004. 

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