domingo, 11 de abril de 2010

Notas

Atenção alunos de Sociologia do 1 Ano, turmas: A, B e E e do 2 Ano, turmas: B e E, abaixo seguem as notas respectivas às seguintes avaliações: Avaliação 1 presente no blog, Avaliação 2 presente no blog, Avaliação do caderno e Prova bimestral.

Importa dizer que sobre todas as avaliações há recuperação. Portanto, aqueles que estão sem nota ou com nota baixa e quiserem refazer, entreguem os trabalhos até dia 23 de abril. Àqueles que não fizeram, um critério de nota diferenciado será submetido. Àqueles que quiserem melhorar sua nota, a nova nota será somada à antiga e o resultado será dividido por 2 (dois).

Apesar dos alunos que tiraram nota baixa, devo dizer que me sinto satisfeito com o resultado geral das turmas. Meu final de semana não foi amargo corrigindo suas provas e lançando suas notas (não que esse trabalho burocrático me dê prazer). Em outras palavras, as turmas me surpreenderam positivamente no aprendizado do conteúdo e constato que a maioria tem chances de ir com nota azul no boletim. Parabéns para o esforço de vocês em demonstrarem comprometimento e envolvimento na disciplina. Parabéns em especial para Erick Alexssander de Oliveira Osorio (2E) e Carlos Henrique Maciel (2E); Larisse Salas Borges (1A); Rodrigo Silverio de Assunção (Dedé) (1B), Nairim Mikas (1B), Luiz Carlos Cordeiro Junior (1B), Dienifer Cordeiro da Rocha (1B), Ana Luiza Hass (1B) e Adir Paulo de Lara Júnior (1B); Gabriel Caetano Selucio Marzani (1E), Wady Calixto Hakim Netto (1E), Renan da Silva Hecht (1E), Katrin Abdalla Breginski (1E) e Isabeli Cecilia Bertolazo (1E); Leonardo Franco Silverio (2B) e Eduardo Sadrak Mariano Amorim (2B) que tiraram nota superior a 30 ptos, sendo que Larisse Salas Borges tirou 37 e Luis Carlos Dutra Junior tirou 38.

Independentemente da nota, agradeço a todos àqueles que com empenho e dedicação se esforçaram na compreensação da disciplina para fazer a avaliação bimestral. Obrigado!




1º ANO TURMA: A TURNO: MANHÃ

NOMES N.05/03 v. 10      N.15/03 v. 10      N.26/03 v. 10      N.09/04 v. 40

1. Alessandra de Paula Pires

2. Alexsandra Masson Peterlini 11

3. Amanda Letícia Teodoro Ribas 7 8 17

4. Aryanne Crystine Plasse 7 8 10 10

5. Bruna Cristina Ribeiro 8 7 15

6. Bruna Emanoeli Seleghim da Silva 4 10 10 19

7. Bruno Eduardo Batista 10 8

8. Daiele Leticia Thomé Luna de Morais 10 10 10 24

9. Daniela Sarina dos Santos 8 8 22

10. Debora Assis da Silva 7 11

11. Eric Histoshi Umeyama 6 10 10

12. Erica Cristina Araujo Agner 7 10 10

13. Estela Maris Marinho 10 7 10 15

14. Fabio Guimarães da Silva

15. Geovanna Maria da Silva 10 10 10 10

16. Giovani Vivan de Oliveira 9 10 10 17

17. Gislaine Lopes da Silva 8 7 10 21

18. Guilherme Muziol Brisch 7 6 10 5

19. Guilherme Santos da Silva 5 10 8

20. Janaina Rodrigues Schultz 7 10 15

21. Jarena Francine de Maia 10 27

22. Jonathan Oliveira de Andrade

23. Juliane Souza de Faria 8 8

24. Larisse Salas Borges 10 10 10 37

25. Leonardo Stadler Cézar 4 5 10 20

26. Leticia Torres de Souza 10

27. Mariana Carneiro Borges 7 8 17

28. Mariane Mello da Maia 8 15

29. Marina Rodrigues Ristitsch 10 8 10 23

30. Nelson Bruno Haro 10 15

31. Paola Moro 4 7 10 17

32. Patricia Estela Bueno 10 8 10 15

33. Rafaela Cristina Machuchek 7 10 3

34. Rute Helena Damasio 4 9 10

35. Senndy Raffaele Veloso da Veiga 8 8 10

36. Suellen Bianca dos Santos Moreira 10 8 8 6

37. Talles Maycon Vicente 4 10 26

38. Thiago Komuda 7 8 10 10

39. Wellito Rodrigues Schultz 7 10 10

40. William Gregory Santos Luz 10 26

41. Pâmela da Costa Silva Rocha 13

42. Sabrina Lopes de Lucas 8


1º ANO TURMA: B TURNO: MANHÃ

NOMES N.05/03 v. 10      N.15/03 v. 10      N.26/03 v. 10      N.09/04 v. 40
Adir Paulo de Lara Júnior 4 7 10 36

Alexandre Chinowski Vaz 2 6 10 22

Aléxia Aparecida Lima Bueno 2 10 10 26

Amanda Cristiane Hoepers 6 5 10 24

Ana Luiza Hass 7 8 10 30

Ana Paula Domaradzki 6

Angelo Nascimento Gabriel

Anna Caroline Catalfo 8 9 10 27

Danilo Felipe de Oliveira Ortiz 10 28

Dienifer Cordeiro da Rocha 6 30

Fabio Henrique Lopes Taborda 7 10

Françoel Maba Ribeiro 7 3 10 5

Glauco Walifer Teixeira Fernandes 10 5 3

Gustavo Henrique Greca 10 5 10 13

Hiazmim Back 10 9 10 28

Igor Mesquita Polak 4 6 10

Ismael da Cunha Rocha 10 4 10 28

Janaina Nersborski 9 4 10 18

Jennifer Jara de Souza Luz 4 10 24

Kauany Alessandra Cruz 5 7 10 17

Kimberly Monteiro Neves 5 10 15

Leandro Budie 3 10 26

Letícia Motta Ribeiro Alves 10 3 10 22

Luiz Carlos Cordeiro Junior 9 3 10 30

Mônica Graboski da Silva 4 10 18

Nairim Mikas 4 10 33

Natalia de Freitas Afonso 10 10 20

Paulo Roberto Viese Junior 20

Rafaella Nikolle Guerreiro de Paula 8 10 17

Renan Oliveira Moraes 8 10 17

Rodrigo Silverio de Assunção (Dedé) 4 3 10 30

Tiago Renan de Cristo 10 22

Aline Rodrigues Gonçalves 10 10

Fabio Silva Abreu 27

Lucas Marlow de Meira Dias 10 17

Ana Caroline Ribeiro Martins 10 18

Patricia Francisca Moreira 20

Jhonathan Henmimg Machado 9

Lucas Hercílio Simplício Silva Matr. 24/03

Sara Lizy Inácio dos Santos Matr. 26/03 10 13

Lebson Dominique Alves Bueno Lucio 05/04


1º ANO TURMA: E TURNO: TARDE

NOMES N.05/03 v. 10      N.19/03 v. 10      N.26/03 v. 10      N.09/04 v. 40

1. Adison Rafael da Silva 6

2. Alexsandro Carvalho Sapala 10 15

3. Amanda Farias Franco 10 23

4. Amanda Selenko Duarte 11

5. Ana Carolina de Oliveira

6. Ana Paula Andrade Vieira 5 10 2

7. Anderson Stival Ferreira 10 10

8. Camila Andressa Koloda Lourenço 5 10 20

9. Camila da Silva

10. Danilo Fonseca Rodrigues Junior 10 19

11. Diego Antonio Carvalho Silva 10 13

12. Diego Xavier de Castro 7 8 10 26

13. Fabiana Suelen de Lara

14. Fernanda de França Trizotti 10 12

15. Hallison Martins França 4 10 13

16. Hudson Jeffley Bredon Bezerra 8 14

17. Isabeli Cecilia Bertolazo 7 9 10 35

18. Isabella Cristini Matoso 4 10 16

19. Jennifer Caroline Aparecida Silva 7 10 17

20. Jordana dos Santos Silva 7 7 8 9

21. Katrin Abdalla Breginski 7 10 33

22. Larissa Konig da Motta 7 8 24

23. Larissa Varela do Pilar 7 10 27

24. Leticia Lucas Varela 8 10 10

25. Luã Fernandes da Silva 9 26

26. Lucas Marlow de Meira Dias

27. Mariana Pagano Castro 7 10 20

28. Mayara Fragoso

29. Michel Moraes dos Santos 4 6 10

30. Michele Cristina dos Santos de Campos 10 17

31. Natacha Loiola Capote 3 8 10 15

32. Nataly Carolina Borges Santos 7 10 5

33. Patrick Andrew Franco de Souza 6

34. Ramiro Martins Garcia 10 15

35. Raul Eckermann de Oliveira 10 7

36. Renan da Silva Hecht 30

37. Thalyne Barbosa 10 13

38. Thaynara Aparecida Pinheiro 4 7 5

39. Wady Calixto Hakim Netto 10 10 34

40. Yago Fiel Barbosa

41. Rodrigo Barboza Florencio 04/03 8 14

42. Gabriel Caetano Selucio Marzani 09/02 7 33

43. Gustavo de Godoy Matheus 17/03


2º ANO TURMA: B TURNO: MANHÃ

Nº NOMES N. 05/03 v. 10      N.15/03 v. 10      N.26/03 v. 10      N.09/04 v. 40

1. Ádma Patricia Taborda Baaklini 8 5

2. Allan Jordan Meira 10 3 8

3. Bruna Bianca Assis dos Reis 7 9 10 10

4. Claudinéia Sousa do Espírito Santo 6

5. Danilo Augusto de Lima 8 4 7

6. Edivau Venar Magalhães 8 23

7. Eduardo Sadrak Mariano Amorim 10 10 10 35

8. Felipe Stelmack 5 8 27

9. Franciele Duarte da Silva 8 10 2

10. Francieli Silvestro Bonam 4 9 8 26

11. Gilson Guilherme Greca 5 9 10

12. Hemmily Carla Oliveira de Lima 10 7 5

13. Jackson Terres da Rosa 2 9 2

14. Jonathan Kerckoff Andrade

15. Josafá de Souza Rodrigues 5 7 10 23

16. Juliano Schrickte 7 9 25

17. Kamylle Aparecida Baum Silva 8 5 10 14

18. Karen Paola Pires da Silva 10 9 7 24

19. Karine Antonia Sauerbier D'Andrade 8 5 10 13

20. Leonardo Franco Silverio 10 7 30

21. Luana Marta de Lima 9 10 10 14

22. Marcos Aurelio Balbinot Ferreira da Silva 10 10 10 24

23. Mayllan de Vargas Culpi

24. Milena Luiza Brizola Walter 4 9 10 19

25. Murilo Vinicius de Souza 10 6 10 15

26. Rafael Waldemar Alves Camara 3 8

27. Ricardo Augusto Rodrigues Silva 8 10 20

28. Robson Moreira 5 8 10

29. Tiago Roberto de Araujo Correa 9 6 5

30. Valeria Cristina Lima 7 3 10

31. Wellington Saliba Basilio 10 9 6 20


2º ANO TURMA: E TURNO: TARDE

NOMES N.05/03v. 10      N.19/03 v. 10      N.26/03v. 10      N.09/04v. 40

1. Alessandra Elizabeth Cordeiro

2. Allan Alexandre do Amaral Ravaglia de Oliveira 10 24

3. Ana Caroline Gerber 7 10 18

4. Camila Kaminski Silveira dos Santos 7 10 10 13

5. Carinne Nesteruk da Silva 24

6. Carlos Henrique Maciel 7 31

7. Caroline Fernanda Ramos de França 8 28

8. Debora Guimarães Teixeira 8 8

9. Elizabete Gubaua 10 10 18

10. Erick Alexssander de Oliveira Osorio 7 10 34

11. Franciele Maba Ribeiro 7 10 8

12. Hissa Fellipe Vaz Ulrich 10 24

13. Jean Fiel Barbosa 7 10

14. José Zampieri Machado Neto 10

15. Kamila Cancio do Amaral 6 26

16. Keilla Roberta Chupel de Lima 7 10 14

17. Luis Carlos Dutra Junior 7 38

18. Luis Eduardo Ribas Matoso 10 3

19. Marcia Regina de Freitas Garcia 10 5

20. Mayara Nascimento da Veiga 10 18

21. Monica Thays Schneider Moreira 10 18

22. Nubia Vanessa Pianaro 10

23. Paulo Cesar Helfenberger 7

24. Ricardo de Abreu Torres 10 11

25. Tamara Palmeira da Silva 7 10 22

26. Thayná Lize Ishy Pereira 7 10 10 23

27. Vinicius Marentovich 20

28. Ana Paula Ferreira dos Santos - do 2C 30/03 24

Marx, Durkheim e Weber

O que é uma instituição social?

O que é uma Instituição Social?

A instituição é um padrão de controle, ou seja, uma programação de conduta individual imposta pela sociedade. No sentido usual, o termo designa uma organização que abranja pessoas: um hospital, uma prisão ou uma escola. Também é ligado às grandes entidades sociais que o povo enxerga quase como um ente metafísico a pairar sobre a vida do indivíduo, como o “Estado”, “a economia” ou “o sistema educacional”. Há esse estabelecimento de uma ligação por demais estreita entre o termo e as instituições sociais reconhecidas e reguladas por lei, porém, a própria linguagem é uma instituição.

A linguagem é uma instituição fundamental da sociedade, além de ser a primeira instituição inserida na biografia de um indivíduo. Qualquer outra instituição funda-se nos padrões de controle subjacentes da linguagem. Seja o Estado, seja a escola, dependem de um arcabouço lingüístico de classificações, conceitos e imperativos dirigidos à conduta individual.

A linguagem é a primeira instituição com que se defronta um indivíduo. A família certamente precede a linguagem, porém a criança não toma conhecimento desse fato. Só mais tarde a criança percebe essa realidade social designada como “família”. É por meio da linguagem que a criança começa a tomar conhecimento de um vasto mundo situado lá fora, um mundo que lhe é transmitido pelos adultos.


A linguagem: a objetivação da realidade

A linguagem realiza a objetivação da realidade – o fluxo incessante de experiências consolida-se, adquire estabilidade numa série de objetos distintos e identificáveis. Mas a organização não se restringe À atribuição de nomes; também abrange as relações significativas que se estabelecem entre os objetos.

É por meio da linguagem que os papéis desempenhados pelos diversos seres se estabilizam na experiência da criança. A criança aprende a reconhecer os papéis como padrões repetitivos na conduta de outras pessoas.


A linguagem: a interpretação e justificação da realidade

O microcosmo da criança é estruturado em termos de papéis. As palavras interpretam e justificam.


Características fundamentais de uma instituição: a exterioridade

As instituições são experimentadas como algo dotado de realidade exterior. Coisa situada fora do indivíduo. Difere da realidade formada pelos pensamentos, sentimentos e fantasias do indivíduo. Estão lá fora, quer o indivíduo queira, quer não. O indivíduo fala, está como que “pondo para fora” os pensamentos que a linguagem deve transmitir. Exteriorização que não resultam da idiossincrasia criadora de quem fala.


Características fundamentais de uma instituição: a objetividade

As instituições são experimentadas como possuidoras de objetividade. Alguma coisa é objetivamente real quando todos (ou quase todos) admitem que de fato a mesma existe.


Características fundamentais de uma instituição: a coercitividade

As instituições são dotadas de força coercitiva. Se acontecer que alguém não note o fato social, esqueça o mesmo – ou, o que é pior -, queira modificar o estado de coisas existente, é nessas oportunidades que muito provavelmente a força coercitiva de instituição se apresenta de forma bastante rude. Esta rudez pode ser manifesta desde uma persuasão suave até uma zombaria brutal e represálias físicas.

Reconhecer o poder das instituições não é o mesmo que afirmar que elas não podem mudar. Porém, se depender exclusivamente de seus esforços individuais, as possibilidades de êxito num empreendimento desse tipo serão mínimas.


Características fundamentais de uma instituição: a autoridade moral

As instituições têm uma autoridade moral. Não se mantém apenas através da coercitividade. Invocam um direito à legitimidade; em outras palavras, reservam-se o direito de não só ferirem o indivíduo que as viola, mas ainda o de repreendê-lo no terreno da moral. Imputa a quem viola uma sensação de vergonha e culpa.

Características fundamentais de uma instituição: a historicidade

As instituições sociais têm a qualidade da historicidade.

Referência bibliográfica:
MARTINS, J. de; FORACCHI, M. M. Sociologia e sociedade. Rio de Janeiro: LTC, 2004. 

quinta-feira, 11 de março de 2010

QUESTÕES DE SOCIOLOGIA

Atenção alunos da Manhã, turmas:1A, 1B, 2A e 2B, e alunos da Tarde, turmas: 1E (1F) e 2E!!! Seguem abaixo as questões a serem entregues nesta sexta-feira, 19 de março. Qualquer dúvida com o que se pede, basta comentarem no link correspondente abaixo. Tirem dúvidas em sala sexta-feira e aproveitem o final de semana. 

1) Tendo em vista o contexto histórico do surgimento da sociologia, cite as influências necessárias para o nascimento desta disciplina.
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2 – Considere as afirmativas abaixo e assinale com “V” as verdadeiras e com “F” as falsas:

a) ( ) O iluminismo, as revoluções francesa e industrial constituem o contexto histórico do surgimento da Sociologia.

b) ( ) Augusto Comte é o “Pai da Sociologia”.

c) ( ) Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber são os clássicos fundadores da Sociologia.

d) ( ) Émile Durkheim faz da Sociologia uma disciplina acadêmica com caráter científico.

e) ( ) Durkheim busca estudar as leis da vida em sociedade não com especulações, mas com método científico.

f) ( ) Karl Marx entende que no capitalismo há uma luta de classes entre operários e burgueses que evoluirá ao socialismo e culminará no comunismo.

g) ( ) Max Weber vê na modernidade um processo de racionalização onde a razão técnico-científica substitui uma ordem místico-religiosa de explicação do mundo.

h) ( ) A desnaturalização é um princípio sociológico. Nela, estranhamos o que é comum e nos familiarizamos com o que é exótico.

i) ( ) A Sociologia serve para contextualizar nossas ações cotidianas num plano mais amplo e nos fornece diferentes modos de compreensão.

j) ( ) Na compreensão da sociedade, a abordagem funcionalista privilegia as teorias de conflito, levantando questões sobre desigualdade de poder entre grupos sociais.

3) Por que é tão crucial estabelecer uma distinção entre a correlação e a causalidade?
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O CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DA SOCIOLOGIA

A Sociologia é fruto do seu tempo, um tempo de grandes transformações sociais que trouxeram a necessidade de a sociedade e a ciência serem pensadas. Nesta encruzilhada da ciência, reconhecida como saber legítimo e verdadeiro, a sociedade a clamar mudanças e a absorvê-las, nasceu a Sociologia. Portanto, no auge da modernidade do século XIX surge, na Europa, uma ciência disposta a dar conta das questões sociais, que porta os arroubos da juventude e forja sua pretensa maturidade científica na crueza dos acontecimentos históricos sem muito tempo para digeri-los.



O contexto de nascimento da Sociologia como disciplina científica é marcado pelas consequências de três grandes revoluções: uma política, a Revolução Francesa de 1789; uma social, a Revolução Industrial e uma revolução na ciência, que se firma com o Iluminismo, com sua fé na razão e no progresso da civilização. Esses acontecimentos conjugados – a queda do Antigo Regime e a ascensão da democracia; a industrialização expandida pelas máquinas e a concentração de trabalhadores nas cidades; e a admissão de um método científico propiciado pelo racionalismo – garantem as condições para o desenvolvimento de um pensamento sobre a sociedade. Inicialmente, um pensamento de cunho conservador desenha-se mais como uma forma cultural de concepção do mundo, uma filosofia social preocupada em questionar a gênese da sociedade e a sua evolução.



Da cena política colhem-se manifestações que recompõem a sociedade em outras bases de poder, não sem reações da aristocracia em decadência. No cenário social, a revolução fundamental está no surgimento de uma nova classe social, a dos operários fabris. No âmbito de novas formas de pensar, a revelação como explicação do mundo pela fé e tradição é substituída pela razão. Esse caldo histórico deságua em um pensamento social questionador da mudança na sociedade.



Se, na política, a ascensão da burguesia como a classe empreendedora, incitava formas mais participativas do poder do Estado dominado pelos princípios do Absolutismo, crente da origem divina do poder político na figura do soberano; na esfera da economia, a revolução técnico-produtiva vale-se do crescimento da população, dos bens e serviços e muda a feição do mundo moderno, graças ao processo de acumulação; no plano da ciência, por sua vez, tem-se a consolidação metodológica das ciências naturais com base no modo de pensar do positivismo, o qual toma como verdade científica a descoberta das leis de funcionamento da natureza.



O pano de fundo de tantas mudanças já se apresentava consolidado e responsável por revolver culturas antes preservadas da vaga da modernidade posta na racionalidade que perpassa as ações na política, na economia, na ciência: trata-se do capitalismo, fruto da Revolução Francesa e da Revolução Industrial. Como um sistema de organização da economia assentado sobre relações de propriedade privada dos meios de produção, o capitalismo ultrapassa as fronteiras econômicas, estende seus tentáculos organizativos a todos os setores da sociedade e a molda ao seu ritmo e determinação. Essa dinâmica da nascente sociedade industrial, cuja fonte de riqueza social provinha do trabalho fabril, suscita pensar: por que as sociedades mudam e, ao mesmo tempo, permanecem?



Em verdade, as transformações provocadas nas esferas política, social e cultural da sociedade moderna têm raízes muito próximas e não podem ser imputadas apenas aos acontecimentos externos, uma vez que se tratam de revoluções, movimentos inovadores de longo curso e profundidade nas alterações de comportamentos. Alimentada pelos iluministas, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, é o documento simbólico do mundo moderno e ainda hoje embasa os Estados democráticos. Assolado por crises sociais, o capitalismo liberal confirma os empresários industriais e o proletariado urbano em posições sociais distintas. Em mútua influência, os acontecimentos provocam e são provocados por movimentos nas ideias, nas artes, nos costumes sociais, fazendo com que o Iluminismo, o racionalismo e o positivismo delineassem uma ciência da sociedade, como uma necessidade histórica.



Essa ordenação das ideias está presente no iluminismo que, aspirando à emancipação do homem guiado pelas luzes da razão e a crença no progresso da civilização, caracterizou-se como um movimento filosófico, literário, moral, político, na Europa, a partir de fim do século XVIII. Sua máxima expressão deu-se na França com Descartes (1596-1650), Voltaire (1694-1778), Diderot (1713- 1784), Rousseau (1712-1778), Condorcet (1743-1794), Montesquieu (1689-1755), mas também Bacon (1561-1626), Spinoza (1623-1677) e Locke (1632-1704) estão entre os iluministas. O racionalismo trouxe propostas como o método experimental de Bacon e a contribuição de Descartes com a célebre obra Discurso do Método (1637) para conhecer os fenômenos da natureza física e biológica, principalmente por meio de regras de observação da realidade. Esse padrão no procedimento científico contagiou o pensamento social, inspirado em fórmulas de ação, imprimindo-lhe a necessidade do estudo objetivo regido por regras para a pesquisa. Entre os postulados de conduta do investigador estão: afastar ideias preconcebidas; dividir um problema em partes para melhor conhecê-lo; e deixar-se conduzir pela dúvida metódica para extrair toda a verdade dos fatos.



A filosofia inspirada nos métodos das ciências naturais, que propõe transpô-los como critérios para uma ciência da sociedade, é o positivismo. Ao se deter na observação e experimentação dos fenômenos, o positivismo privilegia os fatos, toma-os como dados, evidências que devem ser perseguidas e demonstradas. Para o positivismo, a unidade orgânica da sociedade era basilar e de caráter moral. A crise do Antigo Regime com a dissolução da ordem estamental da sociedade medieval, provocou um anseio de reconstituição de uma pressuposta harmonia social, de um corpo político organicamente composto, de uma sociedade autoconsciente pensando-se a si mesma sob nova ordem. Saint-Simon (1760-1825) em seu Catecismo dos industriais (1823) generaliza como industriais todos os produtores, enfatiza a difusão social das conquistas científicas e trata a sociedade como objeto de ciência, preconizando o socialismo, segundo Touchard (1970).



Na perspectiva positivista, a ciência ganha um caráter messiânico e é considerada instrumento de intervenção do homem na realidade. A Sociologia, termo empregado pela primeira vez por Auguste Comte (1798-1857), torna-se uma ciência conclusiva e síntese de todo o caminho científico da humanidade, considerada capaz de estruturar a sociedade com o auxílio das demais ciências. Com o livro Curso de Filosofia Positiva (1830-1842), Comte garante-se o título de fundador do positivismo e admite ser a sociedade regida por leis naturais, independentes da ação do homem.



Que ameaça apresentava a sociedade da época para uma forma positivista de conhecimento prevalecer na juventude de uma ciência como a Sociologia? Vivia-se o horizonte cultural da modernidade na extensão da sociedade ocidental e as revoluções mencionadas que a sacudiram. A derrubada das convenções e das crenças, da tradição e dos costumes impôs a modernidade e com ela, o fim dos particularismos e a entrada no universalismo, graças à razão, considera Touraine (1994).



Com o domínio da razão sobre as formas religiosas de explicação do mundo, o período entre os séculos XVI a XIX foi marcado por profundas transformações na concepção do poder político, não mais emanado de Deus, pela reorganização do poder e a constituição dos Estados-nação. Também, a forma de produzir a sobrevivência material da sociedade passou por mudanças, com a destruição da servidão e da organização camponesa, a consequente emigração da população rural para os centros urbanos, a substituição gradativa da atividade artesanal em manufatureira.



Nas grandes indústrias, trabalhadores e empresários estabelecem relações de trabalho mediadas por sindicatos e associações representativas e defesa de diferentes interesses na sociedade.



Todas as mudanças que se processaram, resultaram de desequilíbrios, perturbações, rebeliões, protestos, reformas, conspirações, novas condições de vida para a população e, sobretudo, aqui e ali, o aparecimento de uma consciência social acerca das condições de vida, embora não explícita nem extensiva. Daí, a nostalgia de um tempo de “ordem social” presente no pensamento social conservador e o providencial recurso instrumental da ciência para estabelecer uma “nova ordem social”, que aparece como forma de salvação nos círculos sociais mais apegados à tradição, a balançar diante da inovação social.



Com a missão de prever, prover e intervir na realidade social, a Sociologia faz emergir diferentes faces de um mesmo problema colocado para reflexão e busca de solução pelos primeiros pensadores sociais, – Comte, Durkheim, Weber e Marx.



A Sociologia surgiu, portanto, com os movimentos de afirmação da sociedade industrial e toda a contradição deste processo. Por um lado, estava cercada pela resistência às mudanças, desde os costumes sociais violados até o pensamento conservador e, por outro lado, pela avidez por mudanças posta tanto no comportamento da burguesia empresarial, inovando nas formas de produzir e enriquecer, quanto no pensamento socialista a propor alterações na estrutura da sociedade. Esse conjunto de mudanças seculares “parecia aos contemporâneos um produto do desenvolvimento intelectual do homem, cujo pensamento iluminava os passos da civilização, quando, na verdade, o progresso crescente dos modos de pensar sobre fenômenos cada vez mais complexos – e disso a Sociologia é uma prova – era produto direto das novas maneiras de viver e produzir”, afirma Costa Pinto (1965, p. 37).



A par das condições histórico-sociais que colocaram questões ontológicas da existência e convivência do homem na sociedade moderna, talvez o legado mais notável para o surgimento da Sociologia como ciência, na análise de Florestan Fernandes (1960) tenha sido o alargamento da percepção social além dos limites do sancionado pela tradição, pela Religião ou pela Metafísica. Houve ousadia no pensar e essa transformação básica do horizonte intelectual médio favoreceu ultrapassar o senso comum e incorporar o pensamento racional na formação do ponto de vista sociológico.

Referência bibliográfica:
Diretrizes Curriculares de Sociologia


terça-feira, 9 de março de 2010

ALUNOS MANHÃ - NOTAS - TRAB. 1

Atenção alunos da manhã para as notas relativas ao primeiro trabalho.

Devo dizer que há ótimos trabalhos, onde além de respostas corretas há uma apresentação caprichosa, com letra e capa esmeradas: parabéns à estes alunos (eles o sabem quem são).

Àqueles que não foram muito bem, não desanimem. Como dizem, é melhor lutar do que fugir. Tenho certeza de que com um pouco mais de esforço irão melhor.

Àqueles que não entregaram, fiquem atentos, pois o próximo trabalho está marcado para esta segunda, dia 15 de março. Poderão compensar sua nota indo bem no próximo trabalho.

A respeito do próximo trabalho, um post será publicado até quinta-feira (11/03) contendo as questãos. O número de questãos não deverá ultrapassar o do último trabalho, ou seja, devem ser três.

Desejo a todos os alunos sucesso e sabor na disciplina!

Cordialmente,

A.


1º ANO TURMA: A TURNO: MANHÃ

NOMES/NOTA

1. Alessandra de Paula Pires

2. Alexsandra Masson Peterlini

3. Amanda Letícia Teodoro Ribas

4. Aryanne Crystine Plasse 7

5. Bruna Cristina Ribeiro

6. Bruna Emanoeli Seleghim da Silva 4

7. Camila Marien da Silveira

8. Daiele Leticia Thomé Luna de Morais 10

9. Daniela Sarina dos Santos 8

10. Dienifer Cordeiro de Rocha

11. Eduardo Sadrak Mariano Amorim

12. Eric Histoshi Umeyama

13. Erica Cristina Araujo Agner

14. Estela Maris Marinho 10

15. Fabieli Vivi dos Santos

16. Fabio Guimarães da Silva

17. Giovani Vivan de Oliveira 9

18. Gislaine Lopes da Silva 8

19. Guilherme Muziol Brisch 7

20. Guilherme Santos da Silva 5

21. Janaina Rodrigues Schultz

22. Jarena Francine de Maia

23. Jefferson Vinicius Pinheiro Junior

24. Jonathan Oliveira de Andrade

25. Juliane Souza de Faria

26. Kayane Nayara Pereira Abedalla

27. Larisse Salas Borges 10

28. Leonardo Stadler Cézar 4

29. Leticia Torres de Souza

30. Lucas Marlow de Meira Dias

31. Marcos Aurelio Balbinot Ferreira da Silva

32. Mariana Carneiro Borges 7

33. Mariane Mello da Maia

34. Marilu Ferreira Gapski

35. Natalia de Freitas Afonso

36. Nelson Bruno Haro

37. Paola Moro 4

38. Rafaela Cristina Machuchek 7

39. Rodrigo Ferreira Saboia de Almeida

40. Rute Helena Damasio 4

41. Senndy Raffaele Veloso da Veiga 8

42. Suellen Bianca dos Santos Moreira 10

43. Talles Maycon Vicente 4

44. Thiago Komuda 7

45. Wellito Rodrigues Schultz

46. William Gregory Santos Luz

47. Debora Assis da Silva

48. Patricia Estela Bueno 10

49. Geovanna Maria da Silva 10

50. Bruno Eduardo Batista

51. Marina Rodrigues Ristitsch 10


2º ANO TURMA: A TURNO: MANHÃ

NOMES/NOTA

1. Agatha Julie Seretni Uchi 10

2. Amanda Savulski Rodrigues 7

3. Ana Karoline Savulski 7

4. Ana Ines Carneiro Istrisoski 8

5. Ana Paula Dias de Souza

6. Bárbara Fernanda da Silva Monteiro

7. Bruna Bianca Assis dos Reis

8. Carla Cristina do Nascimento Monteiro 7

9. Cassio Ricardo Purcote

10. Danielle Cristine Marques da Silva

11. Dayana Marques Generoso 7

12. Denis Martins de Aguiar

13. Dirceu de Paula Junior

14. Elder Henrique dos Santos 10

15. Gabriele Seixas 10

16. Gessika Cristina de Souza 7

17. Gregory Henning Prudencio de Oliveira 10

18. Jessyca Neudorff da Silva 7

19. Karolyna Dawidziak Piazzeta

20. Kathener Firmo de Oliveira 7

21. Ketlin Ferreira de Oliveira 10

22. Mackalyster Sampaio dos Santos

23. Milena Dubiella Resnaur 10

24. Nicolas Felipe Barnadelli Zanoni 7

25. Pamela Mirele de Faria

26. Rany Kestering 7

27. Rayanne Garcia Herbele 3

28. Tamyris de Oliveira Dunaiski 10

29. Vanessa Alves Ferreira

30. Yuri Frederich Andrusievicz Souza 10

31. Whiguel Hermógenes Nersborski 7

32. Wagner Moreira de Freitas 2

33. Vanessa Cristina Novokoski

34. Alex Sandro Soares Correa

35. William Augusto Schmidt

36. Lisete Carolina Fonseca Ferreira

37. Allyson Gustavo Zeni 7

38. Barbara Natalia de Paula

39. Rafael Toledo dos Santos



1º ANO TURMA: B TURNO: MANHÃ

NOMES/NOTA

1. Adir Paulo de Lara Júnior 4

2. Alessandra Ganem

3. Alexandre Chinowski Vaz 2

4. Aléxia Aparecida Lima Bueno 2

5. Amanda Cristiane Hoepers 6

6. Ana Luiza Hass 7

7. Angelo Nascimento Gabriel

8. Anna Caroline Catalfo 8

9. Cristian Antunes dos Santos

10. Danilo de Oliveira de Melo

11. Danilo Felipe de Oliveira Ortiz 10

12. Fabio Henrique Lopes Taborda 9

13. Françoel Maba Ribeiro 7

14. Gabriel Caetano Selucio Manzani

15. Gabriela Camila Charello

16. Glauco Walifer Teixeira Fernandes 10

17. Guilherme Felipe Toro Munoz

18. Gustavo Henrique Greca 10

19. Hiazmim Back 10

20. Igor Mesquita Polak 4

21. Ismael da Cunha Rocha 10

22. Janaina Nersborski 9

23. Jennifer Jara de Souza Luz 4

24. João Victor Ribeiro da Silva Chini (Chini)

25. Kauany Alessandra Cruz 5

26. Kimberly Monteiro Neves 5

27. Leandro Budie

28. Letícia Motta Ribeiro Alves 10

29. Luiz Carlos Cordeiro Junior 9

30. Mariana Pagano Castro

31. Mateus de Andrade Porfírio

32. Mônica Graboski da Silva 4

33. Nairim Mikas 4

34. Patricia Estela Bueno

35. Paulo Roberto Viese Junior

36. Pollyanna de Paula Prestes

37. Rafaella Nikolle Guerreiro de Paula 8

38. Renan Oliveira Moraes 8

39. Rodrigo Silverio de Assunção (Dedé) 4

40. Ronaldo de Lima Abanca

41. Thais Regina Argentino

42. Thaíse Cristine do Amaral de Souza

43. Tiago Renan de Cristo

44. Vanessa Vieira Pinheiro

45. Vânia Vieira Pinheiro

46. Wesley Sokachewski

47. William Pinto de Souza

48. Dienifer Cordeiro Rocha 4

49. Camila Marien da Silveira

50. Fabieli Vividos Santos

51. Natalia de Freitas Afonso 9

52. Fabio de Silva Freitas

53. Ana Paula Domaradzki 6

54. Aline Rodrigues Gonçalves

55. Lucas Marlow de Meira Dias

56. Ana Caroline Ribeiro Martins


2º ANO TURMA: B TURNO: MANHÃ

N.º NOMES/NOTA

1. Ádma Patricia Taborda Baaklini 8

2. Alan Jordan Meira 10

4. Claudinéia Sousa do Espírito Santo

5. Danilo Augusto de Lima 8

6. Diego Murilo Lins dos Santos

7. Edivau Venar Magalhães

8. Felipe Stelmack 5

9. Franciele Duarte da Silva 8

10. Francieli Silvestro Bonam 4

11. Gilson Guilherme Greca 5

12. Hemmily Carla Oliveira de Lima 10

13. Hissã Fellipe Vaz Ulrich

14. Jackson Terres da Rosa 2

15. Jonathan Kerckoff Andrade

16. Josafá de Souza Rodrigues 5

17. Juliano Schrickte

18. Kamylle Aparecida Baum Silva 8

19. Karen Paola Pires da Silva 10

20. Karine Antonia Sauerbier D'Andrade 8

21. Leonardo Franco Silverio 10

22. Luana Marta de Lima 9

23. Mayllan de Vargas Culpi

24. Milena Luiza Brizola Walter 4

25. Murilo Vinicius de Souza 10

26. Pâmela Aparecida da Silva

27. Rafael Waldemar Alves Camara

28. Robson Moreira 5

29. Ricardo Augusto Rodrigues Silva

30. Valeria Cristina Lima 7

31. Wellington Saliba Basilio 10

32. Marcos Aurelio Balbinot Ferreira da Silva 10

33. Eduardo Sadrak Mariano Amorim 10

34. Bruna Bianca Assis dos Reis 7

domingo, 28 de fevereiro de 2010

REVOLUÇÃO FRANCESA: INTRODUÇÃO

APROFUNDAMENTO

A REVOLUÇÃO FRANCESA


A Revolução Francesa ocorre em 1789, sob a influência da revolução norte-americana, isto é, a revolta das treze colônias inglesas da Costa Leste da América do Norte contra sua metrópole, entre 1776 e 1783. Ela deu origem aos Estados Unidos de hoje. Diferentemente da revolta, a revolução muda o curso da história em um país.

Os revolucionários deram o nome de “Antigo Regime” ao mundo que eles haviam destruído. Esse Antigo Regime era o reino da França, uma monarquia sob o reinado de Luís XVI e de sua esposa, Maria Antonieta. O rei não conseguiu manter seus ministros competentes, nem defender as reformas propostas por eles. Isso porque havia uma forte resistência por parte dos privilegiados.

Na França do Antigo Regime não havia igualdade; a sociedade estava dividida em ordens, que tinham mais ou menos privilégios:


 O clero, a Igreja Católica, a única legítima.


 Os aristocratas, que compunham a ordem da nobreza. As reivindicações dos nobres tinham origem na época medieval do feudalismo. Os senhores haviam conservado direitos honoríficos, sua própria justiça, seus lugares na igreja e o direito de caça.

Os camponeses, como tinham de aguentar quase todo o peso dos imposto reais, sofriam muito com as humilhações. Eles se mobilizavam para defender seus direitos, que os nobres tinham a tendência de usurpar. Nas épocas de escassez, protestavam contra o alto preço do pão. Tanto para os operários das cidades quanto para os camponeses, o pão era o principal alimento, consumindo metade do salário diário de uma família.

O trigo para fazer o pão era uma necessidade básica: bastava o tempo provocar uma ou várias colheitas ruins para que o preço disparasse, a miséria se instalasse e a revolta explodisse; é o que se chama de “agitação popular”.

Os camponeses representavam três quartos (¾) da população e compunham o chamado Terceiro Estado. Deste participavam também os habitantes das cidades: mendigos, trabalhadores, comerciantes, banqueiros, profissionais liberais, etc.

O século XVIII ficou conhecido como o Século das Luzes, Iluminismo. Vozes importantes se fizeram ouvir da Inglaterra à Alemanha. Na França, Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Diderot fizeram ressoar a voz da filosofia contra a intolerância religiosa e em defesa das liberdades, contra o arbítrio do absolutismo e em defesa de um regime político em que os cidadãos, protegidos por uma Constituição, participam da administração do Estado.

Não foi a miséria que fez a revolução, foi a vontade daqueles cujo papel e riqueza os impeliam a assumir seu verdadeiro lugar na sociedade, os burgueses.

A revolução camponesa irá convergir, ao menos durante certo tempo, com a dos burgueses das cidades.

Por que aconteceu a revolução?

O rei Luís XVI era um monarca absoluto: consagrado na catedral de Reims, era o escolhido de Deus. Em meio aos cortesãos do Palácio de Versalhes, ele era a encarnação da lei, e os ministros só obedeciam sua vontade. A Igreja Católica estava associada a seu poder e as outras religiões eram proibidas.

Os tributos recaíam basicamente sobre o Terceiro Estado: a talha era o único tributo direto, enquanto a capitação, estabelecida em 1695, recaía sobre todos os indivíduos de todas as ordens. Ao lado desses tributos diretos, havia os impostos que o rei arrecadava sobre diversos tributos: o mais impopular, a gabela, era aplicada ao sal.

Não havia geladeira no tempo de nossos antepassados. Eles só dispunham de sal para conservar a carne e outros alimentos. É preciso mencionar o dízimo que o clero usava. A monarquia não tinha previsões rigorosas de gasto, orçamento: dessa forma, o próprio rei podia lançar mão diretamente dos impostos para atender às necessidades de seu padrão de vida e do da corte de Versalhes. Dizia-se que a rainha Maria Antonieta era uma perdulária.O luxo dos privilegiados era uma ofensa à miséria dos pobres. A isso vem se somar, nos anos 1770 – 1780, a guerra de independência das colônias inglesas da América, que contou com o apoio do rei da França...

Esse apoio saiu muito caro. O prejuízo era tão grande que todo o sistema tinha de ser inteiramente modificado.

O rei não apoiou os ministros que lhe propunham uma reforma profunda das instituições. Estes esforços esbarraram na oposição dos privilegiados: da corte e dos príncipes – irmãos e parentes do rei.

Ao pedir ao rei a convocação dos Estados Gerais para resolver o problema das reformas, o parlamento de Paris caiu naquilo que se tornaria sua própria armadilha, surgiu uma grande esperança: o país iria ser ouvido...

Reunir os Estados Gerais era um modo antigo de o rei consultar os representantes das três ordens: fazia mais de dois séculos que ocorrera a última reunião. Os franceses foram estimulados a redigir cadernos de dolências (queixas) por todo o país.

Nessa altura dos acontecimentos os súditos ainda amam o rei, que é visto como uma espécie de pai, mas eles denunciam os abusos da administração e os direitos senhoriais; não se importam de pagar imposto, mas exigem o direito de controlá-lo por meio de seus representantes, e reivindicam o respeito pelas liberdades e o fim do arbítrio...

Os membros do Terceiro Estado tinham conseguido, com o rei e o ministro Necker, o direito de ter o mesmo número de deputados que as duas ordens privilegiadas juntas (com a intenção de garimpar votos entre os padres ou os nobres liberais, que os havia), o que lhes dava a maioria... O rei, a corte e os privilegiados não interpretavam a coisa da mesma maneira, e queriam que cada ordem ficasse separada; nessas condições o Terceiro Estado só tinha um terço dos votos.

O rei repreende os deputados e quer retirá-los do salão; um dos oradores do Terceiro Estado, o já famoso Mirabeau, lhes responde: “Estamos aqui pela vontade do povo, e só sairemos com a força das baionetas”. No dia seguinte os deputados encontram as portas fechadas. Eles “invadem” uma sala ao lado e fazem um juramento de não se dispersar antes de obter uma Constituição. OS deputados do Terceiro Estado proclamaram-se Assembléia Nacional, depois Assembléia Nacional Constituinte. Em seguida o rei concordou que as ordens participassem juntas da Assembléia. Nesse meio tempo, contudo, ele reuniu tropas em torno da capital, onde o povo se mobilizava para defender os deputados em Versalhes. Ao demitir o ministro Necker no dia 11 de julho, a revolta estourou. Em busca de armas, no dia 14 de julho os parisienses invadiram a Bastilha, antiga fortaleza medieval que se tornara uma prisão do Estado.

É lá que o rei prendia sem julgamento aqueles que o contrariavam. Ela se tornara o símbolo da arbitrariedade do rei.


Em grande pânico se espalha em todo o país: foi o chamado Grande Medo. Um boato se espalha pelas aldeias: os bandidos estão chegando. Que bandidos? Pouco importa, o povo arma-se e passa adiante o rumor... O rei dirige-se à Paris, onde o prefeito lhe dá uma nova insígnia, rodeando o branco da monarquia com azul e vermelho, cores da cidade de Paris. Era o prenúncio de uma monarquia constitucional.

Referência bibliográfica:
VOVELLE, Michel. A revolução francesa explicada à minha neta. São Paulo: UNESP, 2007

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

APROFUNDAMENTO

A revolução Industrial



A revolução industrial não foi um episódio com um princípio e um fim. A mudança revolucionária se tornou norma desde então. Este foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades.

“revoluções” no sentido de que um grande aumento repentino e inesperado de aplicações tecnológicas transformou os processos de produção e distribuição, criou uma enxurrada de novos produtos e mudou de maneira decisiva a localização das riquezas e do poder no mundo, que, de repente, ficaram ao alcance dos países e elites capazes de comandar o novo sistema tecnológico.

A primeira Revolução Industrial, apesar de não se basear em ciência, apoiava-se em um amplo uso de informações, aplicando e desenvolvendo os conhecimentos preexistentes. E a segunda Revolução Industrial, depois de 1850, foi caracterizada pelo papel decisivo da ciência ao promover a inovação.

O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a geração de conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre inovação e uso. Aprender usando, os usuários aprenderem a tecnologia fazendo. As novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos. Usuários e criadores podem tornar-se a mesma coisa.

Tecnologia – uso de conhecimentos científicos para especificar as vias de se fazerem as coisas de uma maneira reproduzível.

A primeira começou pouco antes dos últimos trinta anos do século XVIII, caracterizada por novas tecnologias como a máquina a vapor, a fiadeira e, de forma mais geral, a substituição das ferramentas manuais pelas máquinas; a segunda, aproximadamente cem anos depois, destacou-se pelo desenvolvimento da eletricidade, do motor de combustão interna, de produtos químicos com base científica, da fundição eficiente de aço e pelo início das tecnologias de comunicação, com a difusão do telégrafo e a invenção do telefone. Os conhecimentos científicos sustentam e guiam o desenvolvimento tecnológico após 1850.

O cerne da transformação que estamos vivendo na revolução atual refere-se às tecnologias da informação, processamento e comunicação. A tecnologia da informação é para esta revolução o que as novas fontes de energia foram para as revoluções industriais sucessivas, do motor a vapor à eletricidade, aos combustíveis fósseis e até mesmo à energia nuclear, visto que a geração e distribuição de energia foi o elemento principal na base da sociedade industrial.

Tecnologias da informação – o conjunto convergente de tecnologias em microeletrônica, computação (software e hardware), telecomunicações/radiodifuão, e optoeletrônica. Também incluo engenharia genética. Isso deve-se ao fato de, nos anos 90, a biologia, a eletrônica e a informática parecerem estar convergindo e interagindo.

1ª Revolução Industrial – máquina a vapor.

2ª Revolução Industrial – eletricidade e produtos químicos.

3ª Revolução Industrial – durante a Segunda Guerra Mundial e no períodos seguinte: transistor, Circuito Integrado, chips, microprocessadores, eletrônica, computadores.

O contato entre civilizações de níveis tecnológicos diferentes freqüentemente provocava a destruição da menos desenvolvida ou daquelas que quase não aplicavam seus conhecimentos à tecnologia bélica.

A ascensão histórica do chamado Ocidente, limitando-se de fato à Inglaterra e a alguns países da Europa ocidental, bem como à América do Norte e À Austrália, está fundamentalmente associada à superioridade tecnológica alcançada durante as duas Revoluções Industriais.

Essa trajetória originou-se na Inglaterra. Porém, a segunda Revolução Industrial, mais dependente de novos conhecimentos científicos, mudou seu centro de gravidade para os EUA e Alemanha, que colheram as sementes que vingaram de sistemas educacionais e científicos, além da institucionalização dos direitos de propriedade.

A agricultura inglesa atendia três importantes funções: 1- aumentar a produção e a produtividade de modo a alimentar uma população não agrícola em rápido crescimento; 2- fornecer um grande e crescente excedente de recrutas em potencial para as cidades e indústrias; 3- fornecer um mecanismo para o acúmulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia. Assim, construíram uma frota mercante, de facilidades portuárias, além de investirem em estradas e vias navegáveis. A política já estava engatada no lucro.

Era necessário um mercado mundial amplamente monopolizado por uma única nação produtora. Entre 1789 e 1848, a Europa e a América foram inundadas por especialistas, máquinas a vapor, maquinaria para algodão e investimentos britânicos.

Era um grande marco na história mundial. Pois desde a aurora dos tempos a Europa tinha sempre importado mais do Oriente do que exportado para lá.

Referência bibliográfica:

HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. 

A Herança Intelectual da Sociologia

APROFUNDAMENTO

A Herança Intelectual da Sociologia
Florestan Fernandes

A Sociologia não se limita ao estudo das condições de existência social dos seres humanos. Todavia, essa constitui a porção mais fascinante e importante de seu objeto. Ao se falar do homem como objeto de indagações, essas indagações começam a adquirir consistência científica no mundo moderno, graças à extensão dos princípios e do método da ciência à investigação das condições de existência social dos seres humanos. O homem sempre foi o principal objeto da curiosidade humana.

A Sociologia não se afirma primeiro como explicação científica e, somente depois, como forma cultural de concepção do mundo. Foi o inverso que se deu na realidade. Ela nasce e se desenvolve como um dos florescimentos intelectuais mais complicados das situações de existência nas modernas sociedades industriais e de classes. Conservadores, reformistas ou revolucionários, aspiravam fazer do conhecimento sociológico um instrumento da ação.

A Sociologia constitui um produto cultural das fermentações intelectuais provocadas pelas revoluções industriais e político-sociais, que abalaram o mundo ocidental moderno.

O desenvolvimento do sistema das ciências se tem processado sob duas ordens de fatores. Uma, de natureza especificamente positivo-racional, ligada com as exigências da própria marcha das investigações científicas. Outra, de natureza ultracientífica, constituída pelo conjunto das necessidades práticas (econômicas, culturais e sociais), que podem ou precisam ser satisfeitas, de modo direto ou indireto, mediante a descoberta ou utilização de conhecimentos científicos.

O melhor seria tentar compreender o espírito da “Sociologia do século XIX”. 1º) as relações de emergência da Sociologia com os efeitos intelectuais dos processos de secularização dos modos de conceber e de explicar o mundo; 2º) as repercussões das tendências de racionalização e dos movimentos sociais na delimitação do horizonte intelectual dos pioneiros ou dos fundadores da Sociologia; 3º) a natureza dos motivos e das ambições intelectuais, inerentes às primeiras tentativas de aproveitar os princípios do conhecimento científico na explicação da vida humana em sociedade.

A explicação sociológica exige, como requisito essencial, um estado de espírito que permita entender a vida em sociedade como estando submetida a uma ordem, produzida pelo próprio concurso das condições, fatores e produtos da vida social. Tal estado de espírito no mundo moderno se constitui graças à desagregação da sociedade feudal e à evolução do sistema capitalista de produção, com sua economia de mercado e a correspondente expansão das atividades urbanas. Estes processos histórico-sociais se desenrolaram de modo a ampliar atitudes secularizadas de apreciação dos móveis das ações humanas, do significado dos valores e da eficiência das instituições.

No plano puramente intelectual, a secularização dos modos de conceber e de explicar o mundo está relacionada com transformações radicais da mentalidade média. Alargamento do âmbito da percepção social além dos limites do que era sancionado pela Tradição, pela Religião ou pela Metafísica. Todo sujeito percebe o mundo exterior e as próprias tendências egotistas através de categorias de pensamento herdadas da sociedade em que vive. Qualquer análise de conduta, da sociedade ou do destino humano esbarra com o caráter “absoluto”, “inatingível” e “sagrado” das normas, dos valores e das instituições sociais, reconhecidos culturalmente. Nas condições de inquietação e instabilidade, ligadas À desagregação da sociedade medieval e à formação do mundo moderno, as inconsistências daquelas categorias absolutas e estáticas do pensamento se fizeram sentir com rapidez. Impunham-se tarefas que pressupunham novos padrões de apreciação axiológica, mais ou menos livres dos influxos da tradição ou de concepções providencialistas. Portanto, o que se poderia designar como consciência realista das condições de existência emerge e progride através de exigências de novas situações de vida, mais complexas e instáveis. Daí a capacidade de julgar, de decidir e de agir passa a depender, de modo crescente, do grau de consciência por ele alcançado sobre os móveis das ações dos outros ou os efeitos das possíveis alterações da estrutura e funcionamento das instituições.

A essa transformação básica do horizonte intelectual médio é preciso acrescentar outras duas conseqüências, a ela relacionadas. De um lado, as modificações que se produziram na natureza e nos alvos do conhecimento do senso comum; de outro, as inovações que se manifestaram no seio do pensamento racional sistemático. Na verdade, foi o conhecimento do senso comum que se expôs e teve de enfrentar as exigências mais profundas e imediatas das novas situações de existência social.

As repercussões da secularização dos modos de perceber e de explicar o mundo no pensamento racional sistemático são, entretanto, melhor conhecidas. Mas mesmo aqui o processo de transformação foi mais rápido nas esferas do pensamento racional vinculadas de modo imediato às situações práticas de existência, como se pode comprovar pelo confronto do Direito Positivo com o da Filosofia. Coube ao pensamento racional sistemático seja ordenar e dar expressão lógica às elaborações realmente significativas do conhecimento do senso comum, seja estender os critérios de explicação secular do mundo a objetos e a temas que não caem dentro dos limites da reflexão prática.

Em suma, aos efeitos do processo de secularização da cultura na modificação da mentalidade média, do conhecimento do senso comum e do pensamento racional sistemático devem-se a formação do ponto de vista sociológico, a noção de que a vida humana em sociedade está sujeita a uma ordem social e as primeiras tentativas de explicação realista dos fenômenos de convivência humana. As formas e natureza da ordem social, se tornaram demasiado variadas e complexas, a ponto de exigirem o recurso contínuo à investigação sistemática e a formação de uma disciplina intelectual específica. Tome-se Augusto Comte como referência. Sua indagações correspondiam a questões que não poderiam ser formuladas e respondidas no âmbito do conhecimento do senso comum ou da Filosofia pré-científica. O que é a ordem social? Como ela se constitui? Como ela se mantém? Como ela se transforma? Em outras palavras, com o aparecimento da Sociologia não só se amplia o sistema das ciências, como se descobrem meios intelectuais plenamente adequados às necessidades de desenvolvimento criador ou construtivo dos modos secularizados de perceber e explicar o mundo.

As repercussões das tendências de racionalização e dos movimentos sociais na delimitação do horizonte intelectual dos pioneiros e dos fundadores da Sociologia se fizeram sentir em dois planos distintos. No plano teórico, elas levaram à convicção de que as regularidades de coexistência e de sucessão, que permitem entender e explicar a ordem dos fenômenos nas manifestações da vida social, não possuem uma natureza rígida e mecânica. É certo que tal ordem foi descrita como algo que exclui tanto os influxos da providência, quanto o arbítrio dos indivíduos ou de grupos de indivíduos. Mas isso não impedia meios eficazes de intervenção. Estava-se na grande era do pensamento inventivo e do humanitarismo. Conservadores, liberais ou socialistas, todos se interessavam pelas descobertas das ciências, e por suas aplicações nas indústrias, nos serviços públicos e nas relações humanas. Daí 1°) o de descrever a ordem social como um sistema dotado de organização estrutural e funcional própria, cuja alteração interna se processaria através da operação de mecanismos inerentes à organização do sistema; 2º) o de descobrir as condições dentro das quais a atividade humana poderia tirar determinados proveitos da plasticidade relativa da ordem social, mediante o aproveitamento dos conhecimentos fornecidos pela análise dos referidos mecanismos de mudança social.

No plano prático, técnicas de manipulação ou de controle das situações de existência-social.

Quanto à natureza dos motivos e das ambições intelectuais, inerentes às primeiras tentativas de explicar a vida humana em sociedade de forma objetiva: eles eram antes filosóficos que científicos. O que se costuma chamar de ciências sociais, com referência aos Enciclopedistas, ou de Sociologia, em face de autores como Comte, Stuart Mill ou Spencer, é, propriamente falando, uma Filosofia da Ação Humana.

Filosofia da História, quando procura associar o presente ao passado e descobrir as “leis” do desenvolvimento do espírito humano. Ela se torna uma Filosofia Social, quando pretende evidenciar as funções “civilizadoras” da vida em sociedade, estabelecendo as primeiras vinculações dinâmicas, de sentido universal, da natureza humana com as situações de convivência social. Filosofia Política, quando liga, por meio da análise e da crítica dos sistemas políticos modernos, os resultados dos tipos de reflexão e de indagações filosóficas, a que poderiam conduzir a Filosofia da História e a Filosofia Social.

Vê-se, portanto, que a Filosofia da Ação Humana era coroada por uma Filosofia Política, em cuja base estavam uma Filosofia da História e uma Filosofia Social. O pensamento filosófico moderno se encaminhou da reflexão abstrata para a indagação empírica e para a análise indutiva.

Portanto, os móveis e as ambições intelectuais, que deram sentido e orientaram as investigações pioneiras no campo da Sociologia, possuíam natureza filosófica, ainda que esta fosse corrigida e ampliada pelas influências do pensamento científico. Isso não implica, porém, que se condene e rejeite, por “filosófica”, a Sociologia do século XIX. A constituição da Sociologia, como disciplina científica, seria inconcebível se aqueles motivos e ambições intelectuais, de natureza filosófica, não tivessem inspirado e dirigido as modernas indagações sobre a natureza humana e suas relações de existência social.

Primeiro, a transição do “ponto de vista normativo” para o “ponto de vista positivo”, na interpretação dos fenômenos sociais. Essa transição foi condicionada e impulsionada pela secularização dos modos de conceber e de explicar o mundo nas sociedades modernas. No que concerne à explicação da natureza humana, ela se processou, intelectualmente, pela transformação da antiga Metafísica em Filosofia da Ação Humana. E no seio desta que surgiu e se desenvolveu a tendência a considerar as situações sociais de existência através de instâncias empíricas, pelo recurso à análise indutiva e com um sério esforço para conter influências perceptíveis dos sentimentos, de idéias preconcebidas ou de valorizações etnocêntricas nas atividades cognitivas.

Segundo, a natureza humana só poderia ser conhecida e interpretada sociologicamente como parte de um sistema de relações com sentido, pois o comportamento dos seres humanos, individual ou coletivamente, é regulado por normas, valores e instituições sociais. Em conseqüência, a observação, a descrição e a interpretação da vida social humana exigem categorias de pensamento especiais, que não podiam ser tomadas ao conhecimento físico do mundo exterior, voltado para um sistema de relações destituídas de sentido. Os conceitos e a explicação científica das atividades sociais humanas são delimitados, formalmente, pelo universo empírico de sentido a que se referem.

A Filosofia da Ação Humana não serviu, apenas, de veículo à introdução do espírito científico no estudo da vida social humana. Ela própria representa uma fase construtiva do desenvolvimento da Sociologia.



Vocabulário:

Axiológico - que constitui ou diz respeito a um valor.

Cognitivo - relativo ao conhecimento, à cognição.

Empírico - baseado na experiência e na observação, metódicas ou não.

Etnocentrismo - visão de mundo característica de quem considera o seu grupo étnico, nação ou nacionalidade socialmente mais importante do que os demais.

Metafísica - investigação das realidades que transcendem a experiência sensível.

Secularização – transformação ou passagem de coisas, fatos, pessoas, crenças e instituições, que estavam sob o domínio religioso, para o regime leigo.



Referência bibliográfica:

FORACCHI, M. M.; MARTINS, J. de S. Sociologia e sociedade. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

O SURGIMENTO

A dupla revolução – a industrial e a francesa – foi o processo da instalação definitiva da sociedade capitalista. A palavra sociologia apareceria por volta de 1830.

A revolução industrial significou algo mais do que introdução da máquina a vapor. Ela representou o triunfo da indústria capitalista, capitaneada pelo empresário capitalista que foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o seu controle, convertendo grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos.

A utilização da máquina destruiu o artesão. Este foi submetido a uma severa disciplina, a novas formas de conduta e de relações de trabalho.

Entre 1780 e 1860, a Inglaterra com uma população rural dispersa, passou a comportar enormes cidades. A sociedade se industrializava e urbanizava, implicando a reordenação da sociedade rural, a destruição da servidão, o desmantelamento da família patriarcal etc. O trabalho fabril engajou mulheres e crianças em jornadas de trabalho de pelo menos doze horas, sem férias e feriados, ganhando um salário de subsistência e inferior ao dos homens.

Essas cidades passavam por um vertiginoso crescimento demográfico, sem possuir, no entanto, uma estrutura de moradias, de serviços sanitários, de saúde etc. Consequências: aumento assustador da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, do infanticídio, da criminalidade, da violência, de surtos de epidemia de tifo e cólera que dizimaram parte da população etc.

As manifestações de revoltas dos trabalhadores atravessaram diversas fases, como a destruição de máquinas, atos de sabotagem e explosão de algumas oficinas, roubos e crimes, evoluindo para as associações livres, formação de sindicatos etc. Nesta trajetória iam produzindo seus jornais, sua própria literatura.

Pensadores como Owen (1771 – 1858), William Thompson (1775 – 1833), Jeremy Bentham (1748 – 1832) procuraram dar uma resposta intelectual à nova situação da revolução industrial: situação da classe trabalhadora, o surgimento da cidade industrial, as transformações tecnológicas, a organização do trabalho na fábrica etc.

Renunciando a uma visão sobrenatural para explicar os fatos substituindo-a por uma indagação racional. A aplicação da observação e da experimentação.

Para Francis Bacon (1561-1626), a teologia deixaria de ser a forma norteadora do pensamento. A autoridade deveria ceder lugar a uma dúvida metódica.

O emprego sistemático da razão, do livre exame da realidade – traço que caracterizava os pensadores do século XVII, os chamados racionalistas – representou um grande avanço para libertar o conhecimento da “revelação”. Uma nova atitude intelectual diante dos fenômenos da natureza e da cultura.

O progressivo abandono da autoridade, do dogmatismo e de uma concepção providencialista, enquanto atitudes intelectuais para analisar a realidade.

Evitar conjecturas e especulações. É a indução, e não a dedução, que nos revela a natureza do mundo.

Os iluministas, enquanto ideólogos da burguesia, que nesta época posicionava-se de forma revolucionária, atacaram com veemência os fundamentos da sociedade feudal, os privilégios de sua classe dominante e as restrições que esta impunha aos interesses econômicos e políticos da burguesia.

Os iluministas partiram dos seus antecessores do século XVII, como Descartes, Bacon, Hobbes e outros, reelaborando, porém, algumas de suas idéias e procedimentos. Ao invés de utilizar a dedução, como a maioria dos pensadores do século XVII, os iluministas insistiam numa explicação da realidade baseada no modelo das ciências da natureza. Nesse sentido, eram influenciados mais por Newton, com seu modelo de conhecimento baseado na observação, na experimentação e na acumulação de dados, do que por Descartes, com seu método de investigação baseado na dedução.

O objetivo dos iluministas, ao estudar as instituições de sua época, era demonstrar que elas eram irracionais e injustas, que atentavam contra a natureza dos indivíduos e, nesse sentido, impediam a liberdade do homem. Concebiam o indivíduo como dotado de razão, possuindo uma perfeição inata e destinado à liberdade e à igualdade social.

Os iluministas vislumbravam outras possibilidades de existência social além das existentes.

Esta crescente racionalização da vida social, não era, porém, um privilégio dos filósofos. O “homem comum” dessa época também deixava, cada vez mais, de encarar as instituições sociais, as normas, como fenômenos sagrados e imutáveis, submetidos a forças sobrenaturais, passando a percebê-las como produtos da atividade humana.

A crítica às instituições feudais levada a cabo pelos iluministas constituía indisfarçável indício da virulência da luta que a burguesia travava no plano político contra as classes que sustentavam a dominação feudal. Esta camada privilegiada não apenas gozava de isenção de impostos e possuía direitos para receber tributos feudais, mas impedia ao mesmo tempo a constituição da livre empresa, a exploração eficiente da terra.

A burguesia, ao tomar o poder em 1789, investiu contra a sociedade feudal, procurando construir um Estado que assegurasse sua autonomia em face da Igreja.

Durkheim, um dos fundadores da sociologia, Saint-Simon, Comte, utilizarão expressões como “anarquia”, “perturbação”, “crise”, “desordem”, para julgar a nova realidade provocada pela revolução. Nutriam certo rancor pela revolução, pela importância conferida ao indivíduo em face das instituições existentes.

A tarefa que esses pensadores se propõem é a de racionalizar a nova ordem, conhecer as leis que regem os fatos sociais, instituindo portanto uma ciência da sociedade.

A verdade é que a burguesia, uma vez instalada no poder, se assusta com a própria revolução. Uma das facções revolucionárias, os jacobinos, estava disposta a aprofundá-la. Seria necessário, de acordo com os interesses da burguesia, controlar e neutralizar novos levantes revolucionários.

A França, no início do século XIX, ia se tornando visivelmente uma sociedade industrial. Repetem-se determinadas situações sociais vividas na Inglaterra no início de sua revolução industrial. Eram visíveis, a essa época, a utilização intensiva do trabalho barato de mulheres e crianças, uma desordenada migração do campo para a cidade, gerando problemas de habitação, de higiene, aumento de alcoolismo e da prostituição, alta taxa de mortalidade infantil etc.

Tentando instaurar um estado de equilíbrio numa sociedade cindida pelos conflitos de classe, a sociologia inicial revestiu-se de um indisfarçável conteúdo estabilizador, ligando-se aos movimentos de reforma conservadora da sociedade.
Referência bibliográfica:
MARTINS, Carlos B. O que é sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1994

Questão:


1) Tendo em vista o contexto histórico do surgimento da sociologia, cite as influências necessárias para o nascimento desta disciplina.