domingo, 28 de fevereiro de 2010

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

APROFUNDAMENTO

A revolução Industrial



A revolução industrial não foi um episódio com um princípio e um fim. A mudança revolucionária se tornou norma desde então. Este foi provavelmente o mais importante acontecimento na história do mundo, pelo menos desde a invenção da agricultura e das cidades.

“revoluções” no sentido de que um grande aumento repentino e inesperado de aplicações tecnológicas transformou os processos de produção e distribuição, criou uma enxurrada de novos produtos e mudou de maneira decisiva a localização das riquezas e do poder no mundo, que, de repente, ficaram ao alcance dos países e elites capazes de comandar o novo sistema tecnológico.

A primeira Revolução Industrial, apesar de não se basear em ciência, apoiava-se em um amplo uso de informações, aplicando e desenvolvendo os conhecimentos preexistentes. E a segunda Revolução Industrial, depois de 1850, foi caracterizada pelo papel decisivo da ciência ao promover a inovação.

O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a geração de conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre inovação e uso. Aprender usando, os usuários aprenderem a tecnologia fazendo. As novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos. Usuários e criadores podem tornar-se a mesma coisa.

Tecnologia – uso de conhecimentos científicos para especificar as vias de se fazerem as coisas de uma maneira reproduzível.

A primeira começou pouco antes dos últimos trinta anos do século XVIII, caracterizada por novas tecnologias como a máquina a vapor, a fiadeira e, de forma mais geral, a substituição das ferramentas manuais pelas máquinas; a segunda, aproximadamente cem anos depois, destacou-se pelo desenvolvimento da eletricidade, do motor de combustão interna, de produtos químicos com base científica, da fundição eficiente de aço e pelo início das tecnologias de comunicação, com a difusão do telégrafo e a invenção do telefone. Os conhecimentos científicos sustentam e guiam o desenvolvimento tecnológico após 1850.

O cerne da transformação que estamos vivendo na revolução atual refere-se às tecnologias da informação, processamento e comunicação. A tecnologia da informação é para esta revolução o que as novas fontes de energia foram para as revoluções industriais sucessivas, do motor a vapor à eletricidade, aos combustíveis fósseis e até mesmo à energia nuclear, visto que a geração e distribuição de energia foi o elemento principal na base da sociedade industrial.

Tecnologias da informação – o conjunto convergente de tecnologias em microeletrônica, computação (software e hardware), telecomunicações/radiodifuão, e optoeletrônica. Também incluo engenharia genética. Isso deve-se ao fato de, nos anos 90, a biologia, a eletrônica e a informática parecerem estar convergindo e interagindo.

1ª Revolução Industrial – máquina a vapor.

2ª Revolução Industrial – eletricidade e produtos químicos.

3ª Revolução Industrial – durante a Segunda Guerra Mundial e no períodos seguinte: transistor, Circuito Integrado, chips, microprocessadores, eletrônica, computadores.

O contato entre civilizações de níveis tecnológicos diferentes freqüentemente provocava a destruição da menos desenvolvida ou daquelas que quase não aplicavam seus conhecimentos à tecnologia bélica.

A ascensão histórica do chamado Ocidente, limitando-se de fato à Inglaterra e a alguns países da Europa ocidental, bem como à América do Norte e À Austrália, está fundamentalmente associada à superioridade tecnológica alcançada durante as duas Revoluções Industriais.

Essa trajetória originou-se na Inglaterra. Porém, a segunda Revolução Industrial, mais dependente de novos conhecimentos científicos, mudou seu centro de gravidade para os EUA e Alemanha, que colheram as sementes que vingaram de sistemas educacionais e científicos, além da institucionalização dos direitos de propriedade.

A agricultura inglesa atendia três importantes funções: 1- aumentar a produção e a produtividade de modo a alimentar uma população não agrícola em rápido crescimento; 2- fornecer um grande e crescente excedente de recrutas em potencial para as cidades e indústrias; 3- fornecer um mecanismo para o acúmulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia. Assim, construíram uma frota mercante, de facilidades portuárias, além de investirem em estradas e vias navegáveis. A política já estava engatada no lucro.

Era necessário um mercado mundial amplamente monopolizado por uma única nação produtora. Entre 1789 e 1848, a Europa e a América foram inundadas por especialistas, máquinas a vapor, maquinaria para algodão e investimentos britânicos.

Era um grande marco na história mundial. Pois desde a aurora dos tempos a Europa tinha sempre importado mais do Oriente do que exportado para lá.

Referência bibliográfica:

HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. 

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