Conhecimentos sociológicos são importantes para qualquer pessoa envolvida com ação na sociedade. Entretanto, tal ação não precisa ser particularmente humanitária. Em suma, “trabalhar com pessoas” pode significar retirá-las das favelas ou metê-las na cadeia.
Outra imagem do sociólogo é a do teórico do serviço social. O serviço social constitui uma certa ação na sociedade. A sociologia não é uma ação, e sim uma tentativa de compreensão. É evidente que essa compreensão pode ser de utilidade para quem age.
Ainda outra imagem é a do sociólogo como coletor de estatística sobre comportamento humano. Ele sai à rua com um questionário, entrevista pessoas colhidas ao acaso, volta para casa, registra suas verificações numa reiteração formalista daquilo que todo mundo já sabe. Por si só, dados estatísticos não constituem sociologia. Só se tornam sociologia quando sociologicamente interpretados, quando situados dentro de um quadro teórico de referência que seja sociológico.
Finalmente, há a imagem do sociólogo que diz respeito não à sua função profissional, mas sobretudo ao fato de ele ser, supostamente, um determinado tipo de pessoa. O sociólogo como um observador impessoal, um frio manipulador de homens, buscando prazer não em viver, e sim em avaliar as vidas alheias, classificando-as em categorias mesquinhas, e assim presumivelmente deixando de apreender o significado real daquilo que observa.
Como então devemos conceber o sociólogo? O sociólogo, então, é uma pessoa que se ocupa de compreender a sociedade de uma maneira disciplinada. Essa atividade tem uma natureza científica. Isto significa que estuda dentro de um certo quadro de referência de limites rigorosos, executando operações que obedecem a certas regras de verificação. Como cientista o sociólogo tenta ser objetivo, controlar suas preferências e preconceitos pessoais, perceber claramente ao invés de julgar normativamente. É claro que restrição não atinge a totalidade da existência do sociólogo como ser humano, limitando-se ás suas operações enquanto sociólogo.
O fascínio da sociologia está no fato de que sua perspectiva nos leva a ver sob nova luz o próprio mundo em que todos vivemos. Isto também constitui uma transformação da consciência. O astrônomo não vive nas galáxias distantes e, fora de seu laboratório, o físico nuclear pode comer. O sociólogo, porém, vive na sociedade, tanto em seu trabalho como fora dele. Sua própria vida, inevitavelmente, converte-se em parte de seu campo de estudo.
As pessoas que preferem o mundo aceito sem discussões devem manter-se longe da sociologia. Uma palavra de advertência também deve ser endereçada àquelas pessoas que só se interessam pelos seres humanos caso possam modificá-los, convertê-los ou reformá-los; acharão a sociologia muito menos útil do que esperavam. A sociologia só será satisfatória para quem não puder imaginar nada mais absorvente do que observar os seres humanos e compreender as coisas humanas.
Outra imagem do sociólogo é a do teórico do serviço social. O serviço social constitui uma certa ação na sociedade. A sociologia não é uma ação, e sim uma tentativa de compreensão. É evidente que essa compreensão pode ser de utilidade para quem age.
Ainda outra imagem é a do sociólogo como coletor de estatística sobre comportamento humano. Ele sai à rua com um questionário, entrevista pessoas colhidas ao acaso, volta para casa, registra suas verificações numa reiteração formalista daquilo que todo mundo já sabe. Por si só, dados estatísticos não constituem sociologia. Só se tornam sociologia quando sociologicamente interpretados, quando situados dentro de um quadro teórico de referência que seja sociológico.
Finalmente, há a imagem do sociólogo que diz respeito não à sua função profissional, mas sobretudo ao fato de ele ser, supostamente, um determinado tipo de pessoa. O sociólogo como um observador impessoal, um frio manipulador de homens, buscando prazer não em viver, e sim em avaliar as vidas alheias, classificando-as em categorias mesquinhas, e assim presumivelmente deixando de apreender o significado real daquilo que observa.
Como então devemos conceber o sociólogo? O sociólogo, então, é uma pessoa que se ocupa de compreender a sociedade de uma maneira disciplinada. Essa atividade tem uma natureza científica. Isto significa que estuda dentro de um certo quadro de referência de limites rigorosos, executando operações que obedecem a certas regras de verificação. Como cientista o sociólogo tenta ser objetivo, controlar suas preferências e preconceitos pessoais, perceber claramente ao invés de julgar normativamente. É claro que restrição não atinge a totalidade da existência do sociólogo como ser humano, limitando-se ás suas operações enquanto sociólogo.
O fascínio da sociologia está no fato de que sua perspectiva nos leva a ver sob nova luz o próprio mundo em que todos vivemos. Isto também constitui uma transformação da consciência. O astrônomo não vive nas galáxias distantes e, fora de seu laboratório, o físico nuclear pode comer. O sociólogo, porém, vive na sociedade, tanto em seu trabalho como fora dele. Sua própria vida, inevitavelmente, converte-se em parte de seu campo de estudo.
As pessoas que preferem o mundo aceito sem discussões devem manter-se longe da sociologia. Uma palavra de advertência também deve ser endereçada àquelas pessoas que só se interessam pelos seres humanos caso possam modificá-los, convertê-los ou reformá-los; acharão a sociologia muito menos útil do que esperavam. A sociologia só será satisfatória para quem não puder imaginar nada mais absorvente do que observar os seres humanos e compreender as coisas humanas.
A rigor, a sociologia é um passatempo individual no sentido que interessa a algumas pessoas e entedia outras.
Referência bibliográfica:
BERGER, Peter. Perspectivas sociológicas. Petrópolis: Vozes, 2004.
________________________Questões:
1 - De acordo com o texto acima, a sociologia pode ser entendida como:
a) Ação humanitária.
b) Programa de reforma social.
c) Levantamento de dados para classificação.
d) Tentativa de compreensão da sociedade.
2 - “Como cientista o sociólogo tenta ser objetivo, controlar suas preferências e preconceitos pessoais, perceber claramente ao invés de julgar normativamente”. Tendo em vista o texto em geral e o trecho acima em específico, podemos concluir que:
a) A ciência é uma referência para nosso comportamento ético.
b) O progresso científico nos diz como devemos viver e o que devemos fazer.
c) Na ciência, juízos de valor comprometem a compreensão integral dos fatos.
d) A investigação científica deve atender à interesses comerciais e à melhoria de vida das pessoas.
"Com efeito, uma coisa é tomar uma posição política prática, e outra coisa é analisar cientificamente as estruturas políticas e as doutrinas dos partidos" (Max Weber).
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